Hoje, tive uma experiência no mínimo edificante, enquanto voltava para casa. Eu vinha da universidade, como de costume, num ônibus lotado, em horário de rush... Ate aí tudo bem, quem nunca passou por isso?
Mas vinha cá eu, como meus fones de ouvido e meus pensamentos (ora conversando com Deus, ora me deleitando em sonhos vindouros), quando, ao longe avistei um bebê. Eu estava sentado atrás, quase no final do ônibus, e ela ao colo da mãe, estava bem à frente, ambos do mesmo lado... O ângulo de visão formava um "corredor de cabeças" entre nós, e eu fiquei a observá-la.
Bem pequena, mal se sustentava de pé no colo da mãe. Pelas roupinhas que usava (os brinquinhos também ajudaram), pude perceber que era uma linda menina, mas logo notei que havia algo de estranho nela! Os seus olhinhos se moviam ligeiramente e fixavam-se no vazio. Então finalmente entendi... Ela havia nascido com uma deficiência visual, ela era cega!
Continuei a observá-la, não conseguia tirar meus olhos dela. Era evidente a sua expressão de agonia, em meio a tantos sons e ruídos do ônibus lotado, mas que logo se desfazia, quando ouvia a voz da mamãe a lhe chamar (de forma carinhosa como se estivesse brincando) e a forma com que ansiosamente, seus olhinhos a procurava quando ela parava de brincar. Aquilo me entristeceu...
Imediatamente, quase em lágrimas, perguntei a Deus, porque Senhor? Já imaginando, quão dificuldades, aquela linda menina não iria enfrentar! Seria tão bom, que ela pudesse contemplar a paisagem, enquanto brincava ao colo da sua mãe, assim como, eu vinha fazendo com meus pensamentos. Seria ela, capaz de, também sonhar num futuro próximo? Ou iria ficar presa a um mundo vazio e sem cores? Isso me angustiava e me deixou bastante chateado!
Orava a Deus, quando o Senhor me fez entender que eu, não sabia do que estava “reclamando” com ELE e me fez pensar... Quem realmente era o cego ali? Quem somos nós, para querer enxergar (entender), os planos de Deus? Lembrei-me de (2Coríntos 4.18), onde, o apóstolo Paulo diz: “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.” Aquela pequena menina abriu os meus olhos para uma questão maior...
Quantas vezes deixamos de enxergar (perceber), Deus no nosso dia-dia todas as vezes que ELE se faz presente? Sim! ELE se faz presente! Nós é que somos cegos e não o enxergamos. Deus não se esconde de nós, abra os olhos você também!
Deus está nas pequenas coisas... Como quando cedemos o lugar para alguém mais velho sentar, por exemplo, ou ampararmos a bolsa pesada do nosso irmão', que está em pé ao seu lado no corredor do ônibus. São simples atitudes que podem fazer você aproximar-se ainda mais de Deus, pois é aí onde ELE está, no “fazer o bem”.
Entendi que aquela menina, já nascera com os abertos’, não esses olhos que a terra há de comer, mas os olhos d’alma. Olhos que Deus, com sua infinita sabedoria, à deu. Assim, ela nunca sofrerá dessa tal cegueira que nos afeta, nos impossibilitando de “ver” Deus, pois ela não se prende as aparências humanas, vai bem mais além, ela enxerga o coração, assim como faz o nosso Deus. Estando, de certa forma, mais próximo DELE do que nós. Podendo então, contemplar as suas várias formas, modelos, cores e tamanhos.
Então pensei comigo mesmo...
“Quem me dera nascer assim, com os olhos abertos. Mesmo que para isso, eu não pudesse ver o rosto da minha mãe, nem o sorriso da minha namorada...”. Você deve está pensando... Tá ficando maluco?! Desejar nascer cego! Mas então, pense comigo você também. Para VOCÊ, o que seria melhor...
Fechar os olhos para o mundo e abri-los para Deus, que sempre nos ampara, seja qual for a situação, ou de olhos abertos para o mundo, correr o risco de ficar preso nele para sempre, e o que é pior, sem a companhia de Deus?
Pensa aí! E depois você me diz... (Use o comentário)
Assim diz o Senhor... "Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de Deus." (2Coríntios 4.15)
Graça e Paz a Todos!
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